João Figueiredo

Esta exposição divide-se em duas partes em que a interpretação da Arte é o ponto fulcral. Numa primeira parte “GENERALITIES” é o título das intervenções sobre obras clássicas da pintura, e uma segunda parte onde a fotografia serve de meio para o autor se reinterpretar a qual chamou de “D-TALES”

GENERALITIES
Este projecto, e no seguimento do trabalho plástico desenvolvido ate agora, baseia-se essencialmente na reinterpretação de obras clássicas da pintura.
A técnica a desenvolver nestas imagens passa por escolher, a partir do visível, uma figura.
A formatação geral da imagem está lá, só que depois de intervencionadas assumem um novo significado. Descontextualizando as figuras dos seus “locus” clássicos, e esculpindo a obra original. Incorporando novos motivos conceitos e décors. Não sem que a obra deixe de ter uma mensagem mas sim um novo tema, que pode passar por questões sociais, políticas e religiosas.
Neste caso, há uma conjugação de dois tempos; de um tempo de permanência, que é aquele lado do clássico. E de um tempo de mudança e versatilidades que corresponde ao tempo actual e contemporâneo.
Passado e presente unem-se assim na arte, para conjugar os propósitos do novo e do singular. Por outras palavras estamos perante uma situação em que a arte advém da arte. Em que o ontem estrutura o hoje, ao mesmo tempo, o clássico se torna contemporâneo. E já agora porque não subverter a mensagem inicial?

D-TALES
É um projecto que, seguindo o processo criativo de trabalhos anteriores, recria obras já existentes, descontextualizando o original e dando um novo conceito e sentido estético. Nos processos anteriores serviram de base obras de grandes mestres, para sobre elas e com elas rever essas mesmas obras-primas. Dando-lhes outra interpretação e uma estética mais contemporânea.
Neste trabalho que se intitula “D-TALES”, (detalhes), mas com uma segunda definição de “Digital Tales” (contos digitais) revejo outras imagens. Todas elas como se fossem primeiras impressões. Como se a visão destas obras fosse feita num ápice e por isso um detalhe fica mais definido. São visões do meu próprio trabalho, desta feita em fotografia digital.
Mas nem por isso apenas fotografia digital, mas recorrendo a técnicas de distorção ou movimento. O resultado final passa também pela intervenção dessas mesmas fotografias. Criando uma ligação entre a fotografia enquanto arte e a pintura, a arte na sua essência.

João Figueiredo

15.12.11

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